Big Brother Brasil

Vanderson é participante do BBB19; conheça!

10/01/2019
O biólogo percorre aldeias indígenas no Acre capacitando professores em Ciências da Natureza, faz crochê para passar o tempo e curte videogame, histórias em quadrinho e cinema


Assim que ouviu as palmas e o chamado ‘ô de casa’, Vanderson abriu o portão e nos recebeu de coque no cabelo, camiseta, short e chinelo nos pés. Apesar de se definir tímido, o biólogo e coordenador educacional indígena logo se mostra bastante falador e, sentado numa cadeira, começa a explicar uma rotina nada comum:

“Passo 15 dias planejando aulas e 15 dias formando professores de Ciências da Natureza na aldeia. A gente cobre o Acre todo, então tem aldeia que, pela estrada, chego em seis horas, mas tem lugar que é um dia de estrada e dois de barco; e tem três municípios isolados que só de aviãozinho monomotor. Já fui em, aproximadamente, 20 aldeias”.

A vida de Vanderson é rodeada de atividades atípicas. Ele é o único sensei ou mestre de aikido (arte marcial japonesa) no seu estado. Faz doutorado na Universidade Nacional de Rosário, em Buenos Aires, onde vai duas vezes por ano. E também é um apaixonado por... crochê!
“Estou aprendendo crochê. Passo muito tempo na aldeia sem energia elétrica, internet, nada. Para não ficar parado e me distrair, quis aprender a fazer nerdigurumi (bonequinhos de crochê). Virou vício”, conta o participante, que revela também estar pegando o jeito do ukulele (instrumento de cordas de origem havaiana): “Estou pegando a manhã. Na aldeia, eles perguntam: ‘que cavaquinho é esse?’”.
Criado por quatro mulheres, a mãe, Nilza, e as irmãs, Vanderléia, Vênus e Vanda, o biólogo acredita ter a visão mais aberta para certas coisas. “Minha mãe era comerciante e passava o dia inteiro fora. Então, basicamente, minhas irmãs mais velhas fizeram a construção do que sou hoje. A gente sempre teve uma relação muito próxima, mas muito séria porque eram quatro mulheres criando um homem sozinho. Era diferente para elas, mas funcionou”, explica o brother, que afirma não ter sido mimado:

“Pelo contrário, como filho mais novo, eu era o empregado [risos]”.

O participante acredita que sua vivência na aldeia e a experiência no aikido podem ajudar muito no dia a dia do BBB19. “Para os índios, tudo é de todo mundo. Eles são muito práticos e sociáveis. E o aikido já me ajudou a vida inteira. A proposta é harmonia e equilíbrio. Você usa a energia do oponente contra ele. Você consegue ter uma visão ampla e observar as pessoas”, diz ele, que acrescenta:

“Sou bem sociável, paciente e evito conflito. Quando os encontro, tento resolver de forma pacífica. O problema é que quero resolver coisas alheias e acabo me colocando muito à frente. Sou teimoso, gosto das coisas do meu jeito. O que me tira do sério é grosseria, gente que aponta dedo”.

Por ser professor, o acreano é bastante conhecido na cidade. Entretanto, o BBB não está preparado para ser reconhecido em rede nacional: “Rio Branco é pequeno, são 400 mil habitantes, mas conheço muita gente aqui. Não sou famoso, sou colega das pessoas. Agora, ser famoso nacionalmente é estranho. Ainda não estou pensando nisso, não”.

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